Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

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O ONTEM E O HOJE
 
Em Santa Cruz do Sul, um dos principais núcleos da colonização alemã do Rio Grande do Sul, o dia amanhecera radiante e agitadíssimo, graças a um grupo de estudantes do 8º ANO que estava prestes a viajar para Mariana, Minas Gerais. A escolha das turmas, por essa cidade, foi por ela apresentar inúmeros pontos turísticos. Essa foi, no século XVII, uma das maiores cidades produtora de ouro para a coroa Portuguesa. Sua origem remonta ao final do século XVII, época em que bandeirantes paulistas chegavam à região em busca do ouro. A designação de Mariana deu-se em homenagem à rainha D. Maria Ana de Áustria, esposa do rei D. João V. Outrora chamada de Vila Real de Nossa Senhora.
No vai e vem de pais e alunos no saguão do colégio, destacavam-se: Letícia, Marcelo, Ana Lúcia, Carlos, Isabela, Fabrício, Carol e Luís Henrique. A história desse grupinho fora construída pela empatia, pelo respeito e, principalmente, pelo desejo do saber. Eram extremamente alegres e afetivos.
Ao longo da reunião, alguns pais não conseguiram dissimular seus medos e temores. Três professores e um guia turístico acompanhariam os adolescentes na viagem: Letícia, a professora de História; Bianca, a de Literatura; e, Antonio, o de Língua Portuguesa.
Licurgo, o guia, no término do encontro, afirmou que, pelos questionamentos e recomendações, percebera, com clareza, a insegurança dos adultos e o tom descontraído e festivo dos jovens. O roteiro de visitações é riquíssimo e intenso.  O guia, antes de ir embora, lembrou os alunos que, em Mariana, há um passeio de Maria Fumaça que faz o trajeto Mariana para Ouro Preto muito gostoso e agradável.
Explicou também que lá, os verões são quentes e chove com frequência; no inverno, por ser a região montanhosa e escarpada, há formação de bolsões de ar frio e neblina. A cidade conta com quatro cachoeiras: a do Brumado; a da Serrinha; a do Cristal e a da Prainha, uma mais linda do que outra.
Para compreender o que havia de concreto e real no grupo, era necessário procurar entender as emoções e as atitudes de cada um. Alguns, cheios de artifícios transpassavam uma visão ingênua e entusiasta da juventude; outros alicerçavam gestos e comportamentos nas complexidades que caracterizam as relações adulto-adolescentes com o mundo. Ora, tensão, medos e angústias; ora, companheirismo, risos e muita descontração.
25 de agosto de 2013, a noite parecia olhar a cidade curiosa. O luar polvilhava a tudo e a todos com gotas de orvalho tal qual pedras preciosas que, em parceria com as estrelas e os vaga-lumes, faziam brilhar o céu. A natureza compartilhava com a meninada o grande momento, revelando-se nos mínimos detalhes. Em frente de casa, Letícia aguardava por Carol, Ana Lúcia e Isabela.
No ontem e no hoje, há muito que ser descoberto no interior de cada viajante.
Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 19/06/2015
Alterado em 19/06/2015
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