Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos



VÉSPERA DE TODOS OS SANTOS
 
Na 6ª Feira, D. Maria foi ao cemitério arrumar o túmulo de seus familiares. Numa mão, o celular; na outra, as flores. Lá chegando, colocou o celular num vão do telhado da ala das “gavetas”. Terminada a arrumação, retornou a casa.  Horas depois, foi ligar a um dos filhos.
Onde botei meu celular?”
Lembrou-se de que o deixara no cemitério.
21h30min. Ligou à nora que lhe dera carona, à tarde, e perguntou:
Tens coragem de ir ao cemitério, agora?
Ao cemitério? O que houve?
Esqueci o meu celular lá.
Sim, vou.
Minutos depois, a garota chegou.
No cemitério, a nora ficou no carro. D. Maria, de lanterna na mão, foi num primeiro momento ao jazigo da família, nada; depois foi ao túmulo dos tios, nada.  A nora, bastante preocupada, sugeriu-lhe que ligasse ao seu número. Se alguém o achara, atenderia. Ligou e uma voz feminina atendeu. Ao perguntar, quem era, a pessoa desligou. Deu um tempo e ligou novamente. Um garotinho atendeu. Explicou-lhe o ocorrido e ele disse que iria ligar à Fernanda, pois é sua colega e o seu nome constava na agenda do telefone. Perguntou-lhe onde morava e, a seguir, foram à casa do menino.  Recuperado o telefone, agradeceu e, ao entrar no carro, pensou:
Ah, se alguém me viu entrar no cemitério às 22h, certamente, imaginou que eu fora levar alguma oferenda aos Pais de Santos.
Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 20/12/2014
Alterado em 20/12/2014
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