Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Meu Diário
03/04/2014 19h15
Moaxaha à Belíssima Lisboa

 

De meus antepassados, ouvia que Lisboa encanta.

E, por sua história, o mar ora chora ora canta.

 

Em ti, diversas influências culturais se misturam;

modernas tendências e estilos de vida criados foram;

magníficos e verdadeiros espetáculos acolheram.

A religiosidade e o carisma, teu povo planta;

Dores, tristezas e mágoas, espanta. 

 

Embora teus fados transpassem-me nostalgia,

Vejo neles um despontar de popularidade e energia.

Quero, em teu solo, dançar com alegria.

Quem não participa de tuas festas, a mim desaponta

E, com certeza, a Lisboa desencanta.

 

“De quantas graças tinha, a Natureza

Fez um belo e riquíssimo tesouro,

E com rubis e rosas, neve e ouro,

Formou sublime e angélica beleza.*

 

Nota:

*Citação de Luís de Camões, poeta natural de Lisboa/Portugal.

 


Publicado por Ilda Maria Costa Brasil em 03/04/2014 às 19h15
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03/04/2014 18h46
Pensar a vida

 

Pensar a vida... E como?

Questionamentos e expectativas!?...

Pensar a vida é tal qual manusear,

delicadamente, as páginas de um livro.

A cada dia, emoções diferentes,

vivências repletas de bons

e ruins momentos e, até mesmo,

rupturas com o trivial, o rotineiro.

Ainda que tenhamos convivido

muitos e muitos anos com alguém,

esse pode surpreender-nos.

Atitudes e gestos amáveis,

quando lhe convém e pode tirar proveitos;

indiferença e hostilidade,

quando não se faz necessária

a nossa ajuda ou presença.

Pensar a vida é autoanalisar-se.


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03/04/2014 18h36
Ruídos...

 

Por uma nesga da cortina,

noite e céu cobertos de estrelas

adentram meu corpo e minh’alma.

Luzes envolvem-me

com muita paz e tranquilidade;

um novo caminhar abre-se

e os ruídos que me perturbavam

e que eram intensos e ensurdecedores,

lentamente, começaram a abrandar-se.

Sopra com suavidade uma agradável brisa.

e, ao longe, toca

uma das sinfonias de Beethoven;

sinto-me feliz, muito feliz.

Linda noite de outono!

Embalada por uma singular beleza,

recolho-me aos meus sonhos.

Ar puro, encantamento e paz interior

dão-me o silêncio desejado.


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16/02/2014 11h59
Lembranças

 

Durante a minha infância, não tínhamos

brinquedos caros; tínhamos uns aos outros,

cerca de 8  a 10 crianças, e brinquedos improvisados,

porém nos sentíamos bastante felizes.

Dispúnhamos de verdes campos,

amplos pátios e belíssimos pomares

para aprontarmos nossas travessuras.

Nosso dia a dia era enriquecido

pelas presenças de vovô Vicente e vovô Ramón,

senhores benevolentes, que nos ensinavam

que deveríamos ter afetos sólidos, apreços

pelas soluções lógicas e sermos dotados

de compaixão e equilíbrio. As suas vidas

eram claras e plenas de alegrias, sustentavam, por nós

e demais familiares, uma afetividade infinita.

Vovô Vicente e vovô Ramon gostavam de viajar

e se adaptavam facilmente às pessoas.

Consideravam a honestidade e a verdade

fatores de muita importância. Com seus encantos,

iluminavam a vida de todos os que cercavam.

Quando estávamos próximos a eles, o carinho

e o amor se acentuavam em suas vozes e em  seus gestos.

Ouvíamos-lhes com encanto e atenção,

no entanto, nem sempre os compreendíamos,

principalmente, quando algo de errado fazíamos

e a postura correta era exigida.

Hoje, suas lembranças embasam minha luta

pela veracidade e pela solidariedade.


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16/02/2014 11h55
Ramón Valentin Barrios

 

Quando jovem não se fixou

num contexto familiar,

passou muitos anos de sua existência

na busca de ligações com o passado

e, inúmeras vezes, sentiu-se solitário

frente às suas origens.

Ao tornar-se  adulto,

construiu uma família alegre

e provida de grandes valores morais e sociais,

passando aos descendentes

exemplos grandiosos

de caráter e personalidade.

Esse senhor nunca demonstrou medo de lutar,

falava e sabia ouvir como ninguém,

tendo um sorriso amigo e acolhedor a todos,

ricos ou pobres.

Por vários momentos, tentou trazer

o passado  para o presente,

visando maiores realizações pessoais,

mas obstáculos impediram-lhe de encontrar

a própria essência.

Na velhice, nunca deixou o otimismo

e o espírito de luta morrerem,

dizia-nos que, enquanto existisse fé,

confiança e esperança,

teríamos determinação para prosseguir

e vencer nossos propósitos.

A sombra dos laranjais, figueiras

e pessegueiros, entre pipocas

e caramelos, ouvíamos seus causos,

pois embora muito atarefado,

sempre arranjava tempo

para nos fazer sorrir.

De geração em geração,

vemos o tempo passar

e Ramón Valentin Barrios

ser lembrado com respeito e admiração.

Família - interesse, busca e conhecimento -

elo entre o passado, o presente e o futuro.


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