LEITURAS OBRIGATÓRIAS

A manhã brilhava. O dia estava maravilhoso. Jovens, na porta de uma livraria comentavam sobre as Leituras Obrigatórias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nisso, sai da loja uma senhora, trazendo dois dos livros da lista: “Niketche: uma história de poligamia”, de Paulina Chiziane e “Mas em que mundo tu vive”, de José Falero. Os jovens recuaram assustados.

– Niketche, esses garotos pela reação não têm o hábito da leitura.

– “Mas em que mundo tu vive”, com certeza faziam só as leituras obrigatórias ou recorriam aos resumos disponíveis na internet.

– Quanta ignorância!

 – Isso mesmo! Ler propicia conhecimentos.

– Eu trato da poligamia e do lugar da mulher na sociedade, mostrando como elas são tratadas em uma cultura patriarcal.

– Mas em que mundo tu vive é uma coletânea de crônicas que fala sobre a vida nas periferias de Porto Alegre, especialmente na Lomba do Pinheiro, onde o meu autor cresceu.

– A personagem Rami, em “Niketche: uma história de poligamia”, reflete sobre sua vida, a submissão feminina, e como ela e as outras mulheres podem encontrar forças para se libertar e se apoiar.

– Nas minhas crônicas, mostro a dificuldade de quem vive à margem da sociedade e reflito sobre questões sociais de maneira crítica e com um toque de humor.

– Uma das causas de não sermos valorizados é a falta de incentivo das famílias e dos professores.

– Sabe-se quem foi motivado a ler na infância e na adolescência, estes nos olham e tocam com amor e afeto.

– Na sala de aula, os professores percebem quando a leitura está ou foi uma atividade enriquecedora e agradável aos seus alunos.

– “Mas em que mundo tu vive”, há momentos em que fico sem saber explicar e definir meus sentimentos frente ao descaso da maioria dos jovens com os livros.

– “Niketche: uma história de poligamia”, ao tentar compreender o que estava acontecendo, sinto-me pequenino, mas não podemos nos considerar derrotamos. Uma força interior me diz que, em breve, teremos uma geração de bons leitores.

– Chegou o aplicativo da Senhora. Continuamos o bate-papo em casa.

– Combinado! Com certeza, um lugar especial nos aguarda!

Ao chegarem ao destino, árvores esguias e antigas lhes saudaram com carinho.

Moral da História: Ao educar, é necessário que sejamos consistentes com o que pretendemos transmitir.