Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos


 

A MAGIA DA INFÂNCIA

 

Talvez, as crianças de hoje, nunca tenham assistido a uma produção do Disney Channel; pior, talvez nem conheçam a emissora e o impacto que ela teve na vida de muitos jovens da Geração Z e Alfa. Mas eu posso afirmar com convicção: “Hannah Montana”, “No Ritmo”, “Boa Sorte, Charlie” e tantas outras séries não foram apenas programas de TV. Elas moldaram o jeito que somos, influenciaram nossa personalidade e

fortaleceram amizades

Sintonizar no Disney Channel não era um simples ato. Era um ritual.

O brilho do logotipo icônico surgindo na tela, acompanhado pela vinheta familiar, trazia consigo a certeza de que estávamos prestes a embarcar em uma aventura repleta de risadas, aprendizados e muita emoção. Os personagens que conhecemos não eram apenas rostos fictícios; eram amigos que nos ajudaram a atravessar a infância e a adolescência com um pouco mais de cor e magia.

Quem nunca sonhou em levar uma vida dupla como Miley Stewart, equilibrando a rotina escolar com a fama de Hannah Montana? Quem não se imaginou dançando como CeCe e Rocky em “No Ritmo”? Zack e Cody nos ensinaram que a diversão pode estar em qualquer lugar, até mesmo em um hotel de luxo, e Raven Baxter nos mostrou que, às vezes, enxergar o futuro nem sempre é uma vantagem.

O Disney Channel era muito mais do que um canal de TV. Ele era um refúgio, um espaço seguro onde os problemas do mundo real pareciam menores e onde tudo era possível. Mesmo que a emissora tenha deixado o Brasil, sua influência permanece intacta. As memórias que construímos não desaparecem, apenas se transformam em lembranças agridoces que revisitamos quando estamos nos nossos dias mais nostálgicos.

Com a ascensão do streaming, a maneira como consumimos entretenimento mudou drasticamente. Não precisamos mais esperar um horário específico para assistir ao episódio inédito da nossa série favorita. Tudo está disponível a qualquer momento, ao alcance de um clique. Mas há algo que se perdeu nessa modernidade: a expectativa. O frio na barriga de esperar um especial de fim de ano, a empolgação de correr para a TV na hora marcada, o prazer de comentar o episódio com os amigos no dia seguinte. Era uma experiência coletiva, e talvez seja isso o que mais sentimos falta.

E não podemos esquecer dos filmes! “High School Musical” não foi apenas um sucesso estrondoso, foi um marco geracional. Quem não se pegou cantando “We’re All In This Together” ou torcendo por Troy e Gabriella ficarem juntos? “Camp Rock” nos apresentou Demi Lovato e os Jonas Brothers de uma maneira inesquecível, enquanto “Descendentes” reinventou a história dos vilões da Disney e conquistou uma nova geração.

Mas o Disney Channel também nos ensinou lições valiosas. “Lemonade Mouth” falou sobre a importância da amizade e da autenticidade. “Kim Possible” nos mostrou que coragem e inteligência superam qualquer obstáculo. “Boa Sorte, Charlie” nos lembrou que a família é nosso maior alicerce. Os dilemas vividos pelos personagens refletiam os desafios do nosso próprio crescimento, e de alguma forma, nos ajudaram a enfrentá-los. O fim do Disney Channel na televisão brasileira não significa o fim de sua magia. O conteúdo ainda existe, e as novas gerações podem descobri-lo de outras formas. Mas para nós, que crescemos assistindo a essas histórias, fica a nostalgia de um tempo em que a diversão era simples e compartilhada.

A magia da Disney nunca desaparecerá. Como dizia um certo ratinho icônico: “Se você pode sonhar, você pode realizar”. E enquanto existirem pessoas dispostas a sonhar, a essência do Disney Channel viverá para sempre dentro de nós. Porque, no final das contas, nunca foi apenas um canal de TV. Sempre foi sobre memórias, conexões e histórias que nos transformaram. E essas, ninguém pode apagar.

Tiago Dariano Slompo – 19 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 23/03/2025
Alterado em 23/03/2025
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