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RIO GRANDE DO SUL DE OUTRORA E DE HOJE
Terras de Espanha por Tordesilhas... Conquistas de Portugal pelas Bandeiras... Território do Extremo Sul do Brasil confirmado em 200 anos de lutas pela consolidação de nossas fronteiras... Eis o nosso Rio Grande do Sul... não mais, nem menos brasileiros que os demais Estados... apenas diferente por cultuar e manter arraigados, os seus hábitos, costumes e valores. Dos habitantes primitivos da campanha, índios de diversas etnias, adquirimos o hábito do chimarrão, os costumes nômades da busca de novos espaços, que estimularam o povoamento e desenvolvimento da moderna agricultura em áreas de melhores condições produtivas nos mais diversos rincões do Norte e Oeste Brasileiros. Herdamos os valores do amor pela terra quando, ao enfrentarem as forças ibéricas, diziam aos invasores: ”Esta terra tem dono!!!!” Daqueles ibéricos, espanhóis e portugueses, a mescla das palavras, termos e expressões do castelhano e português foram consolidadas em povoações vizinhas, que outrora balizavam os avanços das coroas, como verdadeiras sentinelas das disputas fronteiriças, hoje são cidades símbolos de união e desenvolvimento de um sentimento de fraternidade sul-americana. Os negros vindos da África, destinados para as atividades das charqueadas, logo se adaptaram às atividades campeiras pois, como homens, buscavam cruzar os limites da liberdade, o que era obtido nas atividades das lidas com gado e geraram a lealdade aos chefes que compartilhavam das aventuras e califórnias, bem como enfrentavam as intepéries de igual para igual. Da fusão do cristianismo ibérico com o misticismo indígena e o sincretismo africano, encontramos as origens das mais caras lendas gaúchas. Das lutas da formação das fronteiras sulinas, além dos gaúchos darem os primeiros alarmes e participarem de todos os confrontos, temos de destacar a atuação de suas mulheres, que, muitas vezes, assumiram os negócios das famílias, na ausência ou falecimento de seus homens, bem como daquelas de origens mais humildes que a fortuna impeliu a seguirem seus homens pelos acampamentos e pelos campos de batalha, atando a sua sobrevivência ao destino do seu amado, forjando a fibra das mulheres sul-rio-grandenses. Com o passar dos tempos chegaram inúmeras correntes imigratórias, destacadamente alemães e italianos, que com suas características próprias passaram a conviver numa sociedade voltada para a pecuária, adotando em comemorações a comida típica da região, o churrasco. Dessa nova mescla foram acrescidos aos sul-rio-grandenses os valores de organização, persistência e a busca pelo novo. Atualmente, enfrentando a ação de uma globalização cultural niveladora, os gaúchos de várias origens mantêm e cultuam os hábitos, os costumes e os valores dos formadores do Rio Grande do Sul, seja por intermédio da participação nos Centros de Tradições Gaúchas, nos Piquetes, nos Rodeios Crioulos, ou pela exposição de uma "Três Maria" em alguma parede da residência ou escritório, ou ainda de uma maneira mais simples, sorvendo um chimarrão e charlando com amigos sob o pálido sol invernal, embalado pelo minuano. Maria de Lourdes Schenini Rossi Machado - 29 anos - Presidente da Academia de Letras Machado de Assis – Porto Alegre/RS.
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 19/02/2025
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