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EFÊMERO
Sabe, às vezes, sinto-me falsa. Não só a mim, como a todos nós. Como se a felicidade momentânea do consumo fosse realmente algo que nos faça sentir vivos e realmente alegres. O que eu disse, é apenas uma felicidade momentânea. Algo temporário. Para mim, isso é tão sufocante quanto ficar trancada em um lugar escuro, pois se equivale ao mesmo tipo de prisão. A prisão em que nós somos um produto e vivemos num ciclo insustentável. Bizarro, né? Sinta-se bem. Sinta-se bem. Eu me sinto mesmo é enforcada. Todos aqueles anúncios, itens, números me dão claustrofobia. Sabe? Isso não é uma realização pessoal. Parece que eu estou agradando a eles. Eles. De vez em quando, sinto vontade de me isolar de tudo. Com certeza, essa vai ser a verdadeira felicidade! Tudo isso me dá um vazio. É como se esse sistema nos moldasse. Moldasse o nosso caráter, nosso pensamento, tudo pela mesma felicidade efêmera. Assim, distanciamo-nos de nós mesmos. É, por isso, que me sinto falsa.
Lara Ponsi Cáurio - 12 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 29/12/2024
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