Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos


 

ÚLTIMO ADEUS 

 

Será assim, amiga: um certo dia

estando nós a contemplar o poente,

sentiremos no rosto, de repente,

o beijo leve de uma aragem fria.

 

Será assim, amiga: um certo dito,

uma fala triste recorrente

de um casal sozinho, um tanto reticente;

um olhar distante, em direção ao infinito.

 

Sentindo-se só nessa viagem,

olhando para trás com dificuldade,

vendo o que restou de toda imagem;

sorrindo, sigo em frente com grande bagagem.

 

Bagagem esta que carrego contigo,

eterna e confidente amiga.

Do meu peito aberto e sombrio

reluz a mais ter luz.

 

Dia após dia,

vividos com tanta intensidade,

carrego comigo

dias de felicidade.

 

Mas, de repente,

da felicidade

fez-se a dor,

da alegria fez-se a tristeza.

 

E, a tristeza se fez presente,

lembrando dos velhos tempos,

das lembranças deixadas na bagagem,

do apenas contemplar.

 

E a alegria também se contemplou

pelos momentos vividos,

pelos conhecimentos adquiridos

e também por tudo até o momento.

 

A tristeza, que havia tomado forma,

dispersou-se com a barulhenta

chegada da alegria

e tudo tomou a forma da felicidade.

 

Não sentia mais a dor da partida,

tudo era lembrança de caminhada.

Chegadas e idas,

encantos e desencantos.

 

Agora, olhando o teu rosto,

minha cabeça encosta-se a tua

e, o sol, que iria dormir, para,

a fim de nos dar seus raios solares.

 

Nosso amor, persiste,

resiste em todas estações:

aconchega-se nos invernos

para brotar e florescer, primaveril!

Vinícius de Moraes - Angelita Vargas Kolmar - Deise Janete Lemke - Maria Fernanda Dias - Marilanda Hulk -  Deise Wienke - Inês Bahr - Elaine Specht Colares - Marlozi Rosa Bubolz - Magno Machado de Freitas - Loiva Inez Tessmer Büttow
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 25/11/2024
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