VENHA VER O PÔR DO SOL
Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na atitude da tarde. Ele a esperava ansioso. Estava vestindo uma camisa polo vermelha, calças jeans e sapato com brilho impecável. No meio das brincadeiras ali presentes, ele estava suando frio. As mãos tremiam só de pensar nas palavras que diria ela. O nervosismo era evidente. Inquieto, não sabia onde colocar as mãos, pois não queria que ela o visse tão nervoso no primeiro encontro. Porém se recompôs ao lembrar que a sua alma poética ou faria dizer-lhe palavras lindas, vindas direto do coração com sentimento de puro afeto e amor verdadeiro. Olhando para o horizonte, lá avistou aquela pessoa linda, impecável, bela com um largo sorriso no rosto, cabelos longos e bem penteados. Aproximou-se, tocou-a para sentir a beleza que ela transmitia, parecia ingênua e segura, mas era apenas uma imagem que ela transpassava na realidade, na realidade, era tímida insegura. Mil pensamentos passavam por sua cabeça naquele momento; porém, precisava manter a sua imagem. Num pensamento tortuoso como a rua, inúmeras imagens surgiam e lhe traziam à mente lembranças e a esperança de um encontro eterno. No momento em que se encontraram, sorriram em sintonia e o nervosismo, aos poucos, foi se dissipando, enquanto se entreolhavam. Com alma de criança inquieta, precisava decidir o que dizer, o que fazer. Tanto tempo havia passado e, agora, ali, frente a frente, o que poderia acontecer? O coração disparou, os olhos se encheram de alegria, o mundo parou. Neste instante, tanto a dizer, imenso sentimento, mil opções. Ante tanta ansiedade, antecipações de momentos incertos, angústia de talvez, não saber por em palavras, o que levava no coração, abriu os lábios e disse: – Que bom que tu vieste! Que estás aqui! Ela, timidamente, sorrindo respondeu: – Senti saudade! Achava que tinhas me esquecido e que teria só nossas lembranças, para me fazer companhia. Ele, emocionado, tocou sua face, com carinho e afirmou: – Temos, agora, uma segunda chance, de juntos seguirmos em frente... Queres ser minha namorada e correr os riscos de um relacionamento? O sim aconteceu e um abraço, seguido de um beijo, sinalizaram que haveria presente e futuro, para juntos construírem uma história de vida. Lygia Fagundes Telles - Magno Machado de Freitas - Marlozi Rosa Bubolz - Elaine Specht Colares - Inês Bahr - Rosângela Specht - Deise Wienke - Marilanda Holz - Maria Fernanda Dias - Deise Janete Lemke - Angelita Vargas Kolmar - Loiva Inez Tessmer Büttow
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 25/11/2024
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