Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos


 

VERDADEIRO DORAMEIRO

 

Costumo me considerar um verdadeiro dorameiro. Não sou aquelas pessoas que se tornaram fãs de séries sul-coreanas por estarem na moda. Posso até ser, por vezes, um pouco influenciável pelo popular, mas, em geral, sou muito autêntico e original, com meus

próprios gostos e valores.

Recordo-me vividamente da primeira vez que assisti um dorama na minha vida. Foi com a minha querida vó, mãe da minha mãe, em seu sítio. Ela acendeu a lareira, trouxe duas cobertas bem quentinhas do segundo andar e preparou deliciosas receitas para irmos degustando enquanto a série passava. Ah, aquelas bruschettas! Já me dá água na boca só de pensar nelas!

O tempo voou. Nós maratonamos o seriado inteiro em menos de vinte e quatro horas. Ao final do último episódio, o ambiente encontrava-se completamente impregnado de lágrimas e sorrisos.

Pairava no ar aquele sentimento de “quero mais”. Nossos olhos ardiam de tanto chorar. A história se desenrolava em tramas tensas e emocionantes. Todos os personagens foram magistralmente construídos e trabalhados, cada um com seu desfecho, seja positivo

ou negativo.

Já era tarde da noite de sábado. O breu tomava conta do lado de fora da casa. Eu ia passar o final de semana inteiro lá. Minha vó, ao notar que estava com o coração acelerado e palpitante, decidiu me colocar na cama. Ela ficou comigo, no meu quarto, até eu

adormecer. Desabafei a ela, o turbilhão de emoções que sentia: um misto de tristeza, felicidade, serenidade, esperança e nostalgia. Suas palavras eram confortantes para mim; sempre foram e sempre serão.

Sua voz acalenta minha alma. É uma espécie de refúgio, onde eu me abrigo quando não estou no meu melhor momento.

No dia seguinte, cansado, acordei mais tarde do que o habitual.

Vesti uma roupa bem largona e confortável, desci as escadas e dirigi[1]me até a cozinha para tomar o café da manhã. O clima estava feio, nublado e com cara de chuva; embora não tenha chovido. Era um domingo de preguiça!

Os meus avós me esperavam com a mesa posta e um delicioso banquete com comidas típicas da culinária sul-coreana. Um sorriso radiante estava estampado em seus rostos. Provamos vários pratos e o meu favorito foi, sem sombras de dúvidas, o “kimchi”, uma receita bem fácil de fazer.

Daquele final de semana em diante, percebi que não é só a comida em família que marca as nossas lembranças, mas sim um conjunto de fatores. Comidas afetivas e momentos felizes de diversão sempre serão sinônimos de alegria.

Tiago Dariano Slompo - 18 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 29/07/2024
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