FERIDA
deitei-me encolhi-me com ar de sumiço escondendo ali tudo de tão íntimo, não queria ter espaço para ver e nem sentir; espremendo qualquer fresta para nada mais caber nem mesmo a dor
sem querer chamar atenção sem precisar de alguma testemunha até fechei os olhos para fingir que não via naquela hora só queria aprender como despir a própria pele para não vestir o que ela sentia
revestia ferida aberta como se não pulsasse para ver se esquecia de doer; se o cuidado é cura a falta dele inflama necrosa, escorre pouco a pouco mata pouco a pouco morre Júlia de Rossi – 18 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 08/06/2024
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |