CONTRADIÇÃO
Eu me amo, é verdade, mas amor e ódio se irmanam. Vez em quando me engano; vejo, no espelho, outro ser humano. Vez que outra me atrapalho; escondo de mim as cartas do baralho - Sabotagem do(s) Car(v)alho... Quando sinto o cheiro de covardia, morro um dia inteiro, mas, quando a coragem exala, a mesma força teme o músculo que abala. Derramo lava, que desce pelo cabelo, depara-se com um coração gelado, estado físico modificado; sublimação com defeito; vaporização com atraso; solidificação de sentimentos alheios. Mudanças de estado num mundo cão, luta e desistência, sempre em combinação. Intensidade, esse é meu nome! Ora céu, ora inferno, um mundo interno em contradição. Desaba o chão; dos pés some, caio em voo contínuo; tento viver a ilusão. Sei, dali não passa! Sei, cortei as próprias asas! Sei que novo caos aguarda, espero a morte para libertação. A vida, disseram-me, deveria ser livre. Sentir, falaram-me, poderia ser domado. Quisera eu ser um unicórnio alado, escolher a sensação, a direção do voo, o futuro desejado. Suave seria ter livre arbítrio para decidir os baques da emoção, pois, quando amo, sou floresta, mas, quando odeio, uma prisão! João Pedro Strenge Torgo Bittencourt - 18 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 26/05/2024
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