APESAR DAS RUÍNAS E DA MORTE. MOTE Apesar das ruínas e da morte, Onde sempre acabou cada ilusão, A força dos meus sonhos é tão forte, Que de tudo renasce a exaltação E nunca as minhas mãos ficam vazias. Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto - PT)
GLOSA Apesar das ruínas e da morte, um ronronar aflorou lembranças, em meu coração, dóceis e acolhedoras. Amiga fiel, sempre me aguardava, na porta, à espera de um carinho.
Embora não querendo encarar seu fim, onde sempre acabou cada ilusão, acreditava que Teca iria superar seu desânimo e voltaria a brincar e correr pelo pátio e pela casa, alegre.
Já não era a “Menina” brincalhona, de andar gracioso e cheio de charme. A força dos meus sonhos é tão forte, que a vejo, no sofá, com a cabecinha, no meu colo, e, eu, a acariciar-lhe.
Na manhã do dia 08 de dezembro, ao chegar do colégio, encontrei-a, sentada, à porta. Imensa foi a alegria. Que de tudo renasce a exaltação de que minha amiga estava reagindo.
No mesmo dia, ao retorno do mercado, vi-a, quieta, em sua caminha. Nos olhos, nenhum brilho sequer. O coração, calado. Do amor, dóceis lembranças e nunca as minhas mãos ficam vazias. Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 01/01/2024
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