O JARDIM E A NOITE MOTE Atravessei o jardim solitário e sem lua, Correndo ao vento pelos caminhos fora, Para tentar como outrora Unir a minha alma à tua, Ó grande noite solitária e sonhadora. (Sophia de Mello Breyner Andresen - Porto - PT)
GLOSA Atravessei o jardim solitário e sem lua. Próximo, jovens cantavam descontraídos; palmas ecoavam e dóceis emoções vivenciadas. Amor, carinho e respeito irradiavam olhares, e eu, sem saber remover alguns obstáculos.
Em busca de minha essência saí correndo ao vento pelos caminhos fora, Nesta fuga, vi-me hipnotizada por um concerto musical de pássaros. Deitada na relva, esqueci-me de tudo!
Ali, permaneci por longos minutos até alguém perguntar: – Estás bem? Sim! Sim! Para tentar como outrora, convidei-lhe a juntar-se a mim. Sorrindo, falou: – Agora, queres conversar?
Compartilhamos horas ensolaradas e calientes, assim como dias sombrios, frios e sem encantos. Por meses, foi meu sonho e pensamentos unir a minha alma à tua. Hoje, a certeza de que isso não é mais o desejo!
Sensações afáveis afloraram com o anoitecer! A brisa noturna e o aroma floral afagaram por inteiro meu ser, instante que solidificou quereres e novos ideais. Que beleza! Ó grande noite solitária e sonhadora! Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 07/11/2023
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