O LOBO
Era uma vez um Lobinho que vivia com a sua família no mato. Todos os dias, em seus dezesseis anos, lutou para sobreviver. Caçadores mataram seus pais e o deixaram sozinho, largado... abandonado naquele lugar frio e escuro. O pequeno Lobo ficou com os amigos da floresta até crescer. Crescido, procurou a ajuda dos amigos que falavam sobre a Fada da Árvore Marrom, que realiza qualquer desejo. O Lobo juntou-se ao amigo Tatu, a um Gavião e a um Vagalume e foram à busca da famosa fada. Enfrentaram diversas dificuldades: chuva, sol escaldante, frio insuportável, ventos fortes e neblina, entre muitas outras situações climáticas horríveis. Na entrada do bosque, ao serem abordados por caçadores, o Lobo conseguiu fugir. Já, os seus amigos não tiveram a mesma sorte. Esse, logo foi perguntando pela Fada dos Desejos. As outras fadas, todas dotadas de belezas deslumbrantes, disseram: – Na árvore oca, seu otário! Ao aproximar-se, viu uma fada muita feia, que lhe deu pena, mas, como precisava de ajuda, foi logo falando: – Por que és tão feia, se és tão poderosa? Ela disse: – O verdadeiro poder vem de dentro tal qual a beleza dos seres. – Senhora, eu quero muito ter novamente a minha família! – Tu tinhas tudo isso e perdeu por egoísmo. – Como assim? – Os teus amigos eram a tua família! Quando tu precisaste, eles estiveram contigo; no entanto, quando eles precisaram, tu os abandonaste. Sente-te bem com isso? Após ouvir a Fada dos Desejos, o Lobo, sem palavras, saiu sem nem mesmo despedir-se. Seguiu o cheiro dos caçadores; porém, quando chegou ao local, quase todos haviam morrido. O Tatu, que agonizava, falou-lhe: – Eu achava que tu fosses nosso irmão. Enganei-me! O Lobo, então deseja aos céus, a sua morte; e se suicida, pulando, sem hesitar, de um penhasco de cabeça. Antes de morrer, o Lobo diz: – Não importa o que eu faça, serei sempre um lobo em pele de cordeiro! João Pedro Torgo Bittencourt – 17 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 07/09/2022
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