CAMINHOS Ao longo desses anos, percorri inúmeros caminhos. Uns, fascinantes; outros nem tanto. Na década de 80, deixei escapar momentos que sei não serem possíveis de resgatar. Lamentar, de nada adianta! Por vezes, sensações de leveza e de conforto tomaram conta de minha alma. Sentia meu ser repleto de luzes e de energia. Raios solares, músicas e canto de pássaros, ora transportavam-me a um mundo de esperança e fantasia, ora a uma realidade fria e amarga. Cada lugar percorrido propunha-me uma viagem diferente e, embalada pelo novo, recolhi-me aos meus sonhos e projetos literários. A chuva, que estava a cair, trouxe-me harmonia e paz interior. Levantei-me do sofá e dirigi-me à porta que dá ao pátio. Com um sorriso de criança travessa, olhei para o céu carregado de nuvens negras e deixei-me envolver pela chuva. Momento esse em que lembranças e vivências afloraram. “A garotinha e a mulher madura” sentiram-se donas de um universo mágico repleto de fantasias. Por algum tempo, fiquei sem saber explicar e definir meus sentimentos, era incapaz de compreender o que estava acontecendo. Uma força interior dizia-me para agir e deixar-me levar pela menina que renascera há poucos minutos. Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 19/08/2021
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