O PESO DOS DIAS DIFÍCEIS

O PESO DOS DIAS DIFÍCEIS

A dificuldade de compreender as nossas angústias;
Acordar sabendo que não acabaram os dias difíceis;
Mexer-se sem alterar o espaço no qual vive e convive;
Prender-se e aceitar o completo desconforto;
não conseguimos imaginar soluções,
e passamos a viver sem perspectiva de acreditar
nos próprios pedidos de socorro;
E tudo o que sentimos
é que não adiantará o que irá acontecer.

Os novos dias que surgirem
já não conseguirão nos surpreender mais,
e tudo o que temos a dizer
e também tudo o que vier a seguir,
para os outros irá soar tão repetitivo e cansativo;

Rumo a precipitados
resumos simplórios de nossas ações,
Resultado de pensamentos inconclusivos
sobre nossa jornada,
sabemos agora que falhamos ao poupar tempo
de centenas de diálogos
que necessitávamos, para mostrar
nossas origens e nossas razões.

Nossas atitudes não são mais capazes de surpreender,
com hábitos que ainda não soubemos interpretar;
somos jogados a força em um extenso limbo,
para vivermos repletos de repetições;
Sem poder preservar
o corpo e a mente em que existimos;
Tudo parece desmoronar, e não temos mais amparo,
cedemos à ignorância
e deixamos de buscar o autoconhecimento;

Mas por que tentar buscar?
Se dizem que suas descobertas
não valem nada e carregam um peso insignificante.
É tão precária a educação emocional;
O que nunca nos ensinaram
é dar significados para as curiosidades mais básicas,
nunca nos permitiram anunciar e se emocionar
pelas pequenas conquistas;

E aqueles intermináveis conflitos de gerações
que fazem todos nós
lidarmos com tudo de maneiras tão distintas,
com seus comportamentos que já não correspondem
aos conflitos dos dias atuais;
Combinado ao peso das palavras
que poucas vezes são calculadas,
seus discursos generalizados já não cabem mais;

O que torna cansativo e ineficaz o que será dito,
poucos são compatíveis, ou já se tornaram desvalidados;
E todo diálogo que antes era necessário,
e que deveria acalentar e trazer paz
a quem entende que precisava de ajuda,
torna-se um peso, e o afundando
mais em seus pensamentos,
cada vez mais embaralhados.

Ainda sim, queremos continuar sonhando
que acordaremos revigorados
de um anseio existencial
e com pensamentos mais tranquilos.

J.P. Schneider - 22 anos

Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 07/07/2021
Alterado em 07/07/2021

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