O MILAGRE DE TUPÃ Em uma fazenda, no Nordeste, o jovem Otávio havia começado sua vida adulta, tinha uma namorada e vivia perto da cidade. Seu trabalho era de fotógrafo. Fazia fotos e as vendia a uma galeria na cidade. Eles dependiam muito de sua plantação, onde fotografava, normalmente, a amada nos campos, as plantas ou frutas que colhia. A vida de Otávio não era simples, por causa da pouca chuva no Nordeste. Seu medo era que a plantação secasse, por isso a irrigava todos os dias, tentava evitar a seca. Com a seca, perderia a beleza de suas fotos, assim não podendo mais viver do que tanto gostava, a fotografia. Certo dia, Otávio, ao acordar, sentiu um calor exagerado na pele. Bate-lhe um desespero e foi aos campos, onde viu a amada ajoelhada. Sua expressão dizia tudo, o alto calor indicava estar iniciando uma enorme seca que ele não conseguiria impedir. Suas esperanças sumiram. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Sua expressão era de grande tristeza, como a de alguém que visse seu futuro ir embora. Os dois se abraçaram com uma tristeza e falta de esperança profunda, um ar que não era de alegria, mas sim… de melancolia. Enquanto procurava por soluções na Internet, Otávio lembrou-se dos deuses de sua terra; das histórias contadas quando criança e como eles ajudaram os seus antepassados indígenas. Assim, uma esperança começou a surgir. Os deuses tinham poderes que poderiam salvar sua fazenda e seu futuro. Escolheu Tupã. Acreditava que ele poderia salvar- lhe com seu poder de controlar o tempo, clima e ventos, como fizera com seus antepassados que, assim como ele, tinham uma fazenda com uma bela plantação. Na noite do mesmo dia, ajoelhou-se, olhou para os céus e começou a implorar-lhe que algo acontecesse para lhe salvar. O desespero em suas palavras e expressões aumentava a cada segundo, questionando-se se daria certo e se era essa a solução. Na manhã do dia seguinte, Otávio, ao acordar, vai ao encontro da amada nos campos verdes. Ela estava alegre, à noite acontecera um milagre, a chuva. Ele não sabia como reagir. Um sorriso abriu-se em seu rosto. Suas esperanças renovaram-se graças a Tupã. Os dois abraçaram-se. O ar era de uma felicidade emocionante e, as lágrimas, não mais melancólicas; agora, alegres e esperançosas. Depois de tal fato, Otávio nunca mais parou de agradecer a Tupã. Sempre pedia a ele, assim como a todos os deuses que continuassem lhe ajudando. Rafael Cohen Valente da Silva - 15 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 10/06/2021
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