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 CINZAS Nosso amor é como cigarro; Basta apenas um de nós o acender Para fazer nascer uma chama em nossos corações, Que não demora muito para se tornar um vício… Com o tempo, o cigarro vai dissolvendo-se E, durante essa passagem, um calor, de mim, toma conta, Calor que me alivia de minhas ansiedades e de meus medos; Que me conforta, faz-me sentir seguro e não só. Teu cheiro ficava em mim e eu o adorava; Teu gosto em meus lábios ficou e deles jamais sairá; Nossos sorrisos em meu coração estão armazenados. Como na vida, às vezes, as coisas não duram, Nosso amor foi se desfazendo em cinzas, Chegando à ponta e deixando resquícios. Tento acendê-lo novamente; Porém, passou da validade. Talvez, eu busque outra alternativa; Contudo, não será a mesma coisa. Agora, restam apenas sobras daquilo que, um dia, senti; Armazenadas numa bituca cheia de cinzas; Nicotina, mais forte que a tua, jamais encontrarei; Com certeza, sentirei falta do teu gosto; Do teu cheiro que me impregnava; Do que tu me fazias sentir. O amor que, num dia me curava; No outro, destruiu-me. É como um câncer causado por mim mesmo. Rafael dos Santos Lopes – 18 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 20/05/2021
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Tela de Claude Monet