Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos



O PRÍNCIPE E O DRAGÃO
 
Era uma vez, um belíssimo reino, grandioso lugar para se morar.
As pessoas eram muito felizes nesse reino. Toda essa felicidade era gerada graças aos esforços da realeza em dar boas condições de vida a todos que lá viviam.  O povo estava bastante satisfeito com o desempenho atual do reino. Tais mudanças só foram possíveis graças ao trabalho da nova Princesa que tinha assumido o poder recentemente. A ela, que fora a chave de tudo, todos eram reconhecidos. O Príncipe não pensava diferente, era tão grato a ela quanto aos demais. Foi graças à Princesa que a pobreza deixou de existir naquele reino. O Príncipe sempre que passava pelas regiões pobres do reino, sentia uma dor forte no coração e, consigo mesmo, pensava:
– Será que a única coisa que posso fazer é assistir? Não existe nada que eu possa fazer por eles?
Ele queria mudar o mundo; fazer, com que todos com boas condições de vida entendessem como essas pessoas se sentiam e, assim, resolvessem as ajudar de uma vez por todas. O seu sonho tinha finalmente se tornado realidade graças a ela. Devido a isso, decidiu que gostaria de ajudá-la.
Com essa ideia em mente, foi ao castelo do reino. Chegando à porta, os guardas lhe concederam acesso para entrar. Ao falar com a Princesa, ela lhe disse ter uma tarefa que, se ele a realizasse, poderia agradecê-la pela incrível ação.
A Princesa disse:
– Existe uma criatura desconhecida que vem atacando os viajantes que fazem travessias de um lugar ao outro em volta do nosso reino. Se você se livrar dela, todos ficarão gratos, inclusive eu. Acho que essa missão será a melhor oportunidade para você mostrar o seu valor.
O bravo herói, sem pensar duas vezes, aceitou o pedido e partiu em busca da fera. A Princesa entregou-lhe um mapa com a intenção de ajudá-lo na busca pelo monstro.
Conforme se aproximava do portão principal, os moradores desejavam-no boa sorte na jornada e afirmavam confiar nele. Não pretendia desapontá-los de jeito nenhum.
Assim que saiu, no portão, o grande aventureiro puxou o mapa, deu uma olhada para ver em qual direção tinha que ir. Após análise, viu que não seria uma viagem curta, tinha que estar bem preparado, trazia uma mochila com todos os suprimentos que precisava.
O monstro vivia em uma área montanhosa que ficavam entre as rotas comerciais da região.
Em meio a essa situação, o príncipe pensou:
– A fera está realmente localizada em uma região bem problemática. Sendo assim, com certeza, deixará todos com medo, além do mais, poderia tornar-se vítima de caçadores da área. Antes de partir para força, quero, primeiro, tentar negociar.
O príncipe deslocou-se à região sinalizada, no mapa, de acordo com os relatórios dos comerciantes e viajantes.
Chegando à área, essa estava completamente deserta. Há alguns anos, foi uma das melhores e mais populares rotas comerciais do reino.
– Inacreditável! – Pensou o príncipe.
Logo depois de analisar a situação, brandiu a espada e disse:
– Venha me enfrentar, se tem coragem, seu monstro feroz!
Quando disse isso, uma enorme neblina surgiu à volta do nosso herói e ele ouviu uma voz…
– Quem ousa invadir o meu território?!
O Príncipe respondeu:
– Nada menos do que um príncipe que está aqui para te deter!
O Dragão disse:
– Me deter? O grandioso Dragão? Só pode estar brincando!
O Príncipe retrucou:
– É o que vamos ver!
Uma longa e intensa batalha é travada. Os dois lados estavam indo muito bem; porém, durante a batalha, o príncipe descobre algo… Tinha outras criaturas cercando o campo de batalha.
O príncipe deduziu:
– Espera aí… Será que aquela é… A família do Dragão?!
Após, o Príncipe descobriu que essas criaturas eram misteriosas, o que o faz parar de lutar na hora, dizendo ao Dragão:
– Eu me rendo! Não quero mais lutar! Não precisamos mais fazer isso!
O dragão questionou:
– Como assim parar?! Foi você que começou ameaçando minha casa!
– Tem razão! Eu realmente fiz isso! Mas, agora, percebi que estou errado. Desculpe-me!
– Está arrependido de verdade, ou isso não passa de uma farsa?
– É verdade! Juro! Não percebi que você tinha uma família! Tudo se encaixa!
O dragão curioso pergunta:
– Você chegou a ver eles?! Que droga… Eu disse para ficarem escondidos! Mas enfim, como assim tudo agora se encaixa?!
O Príncipe, com a intenção de explicar o que estava acontecendo ao Dragão, respondeu:
– Eu fui mandado, aqui, pelo meu reino para acabar com você! Ninguém me disse que você tinha uma família. A situação mudou. De qualquer maneira, acho que esse não é o lugar ideal para vocês ficarem. Estão muito vulneráveis a serem presas de caçadores!
– Pelo seu reino, é? Bom, estou feliz por não termos continuado a batalha. Como eu posso confiar em você?
– É simples! Basta olhar para mim e perceberá que não tenho a intenção de machucá-los! Olha só… Vou até guardar a minha espada!
O Príncipe guardou a espada em seu cinturão e, após fazer isso, o Dragão percebeu que, na verdade, as intenções do Príncipe eram boas e que não faria mal nenhum a ele e sua família.
– Você realmente não vai… Tentar nos matar?
– É claro que não! Eu estou de boa!
– Você não vai ser punido por conta disso?
– Não! Está tudo bem! Direi que você escapou para um lugar muito distante! A respeito desse local, conheço um lugar incrível e bom para se morar e não fica muito longe daqui. Posso mostrá-lo e, se você quiser, lá é bem mais seguro e tranquilo, e ainda fica fora da rota dos mercadores!
– Muito obrigado por tudo… Vejo que eu estava errado sobre você, ou melhor… Nós estávamos errados.
– Não se preocupem com isso! Vocês estão certos em pensar assim. Num mundo cruel como esse, tanto as pessoas quanto as criaturas têm que ficarem alertas a respeito de perigos iminentes! Certo?
– Concordo plenamente!
A neblina dispersou-se, revelando uma linda paisagem.
O Dragão, curioso, perguntou:
– A propósito… Como você sabia que os outros dragões eram a minha família? Sua visão estava embaçada por causa da neblina, não é?
– Bom… A respeito disso… Foi somente um instinto!
– Ah, agora entendo!
O Príncipe levou o Dragão e sua família ao lugar que havia prometido mostrar-lhes. Adoraram! Por estarem muito felizes, resolveram dar um presente ao príncipe para mostrar o quanto estavam agradecidos…
– Um dente de Dragão?! Um desses é muito raro e valioso! Disse o Príncipe espantado.
O Dragão falou:
– Esse aí, eu consegui pegar de um dos meus inimigos no final de uma batalha. Fica como presente para você como demonstração de nossa gratidão.
– Muito obrigado, Dragão!
O Príncipe e o Dragão cumprimentaram-se e despediram-se respeitosamente. O Príncipe voltou rumo ao seu reino para contar tudo o que tinha acontecido. Precisava ser cuidadoso com as palavras para que nada de ruim lhe acontecesse. Chegando, a Princesa perguntou-lhe se havia eliminado o dragão. Ele respondeu, dizendo que, na verdade, tinha feito um amigo e resolvido a situação de uma forma pacífica.
Por sorte sua, toda a corte real aceitou o pedido de desculpas do Príncipe.
A Princesa disse:
– Está tudo bem! Se pudermos resolver os nossos problemas sem sujar nossas mãos de sangue, é melhor ainda!
O Príncipe agradeceu a todos pela compreensão e, até mostrou o dente de Dragão para demonstrar que não estava mentindo. Despediu-se e foi para sua casa.
A caminho, pensou:
– Ufa! Essa foi uma longa jornada!
Sentia-se aliviado por tudo ter acabado bem e ter recebido um grandioso presente de seu amigo dragão.
Lucca Griebler Reche – 15 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 15/04/2021
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