Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos



A GRANDEZA DA SEREIA
 
Em um reino distante, existia a harmonia e a união entre os dois povos. Suas diferenças eram grandes, mas seus objetos eram iguais, queriam a paz entre o reino do Oceano e da Terra.
No reino da Oceania, vivia as criaturas mais belas do mundo, com vozes que encantavam cada um que as ouvia, trazendo tranquilidade para fora e tendo o poder de cura. Suas formas eram conhecidas pela metade de um humano e de um peixe.
Nesse lugar, o seu governante era o rei Tritão, o qual protegia e matinha a harmonia do Oceano, da sua família e do seu povo.  O rei adorava ouvir a música que seus súditos tocavam e catavam em seus instrumentos musicais.
O rei, ao informar o novo decreto ao povo da Terra, disse:
– A partir de hoje, as nossas gerações vão ser conhecidas através da música, que simboliza a alegria e a paz, para ser ouvida diante das ondas e da superfície. A harmonia será uma só para o dois reinos compartilharem sua igualdades.
O rei Tritão, com as sereias, comemoraram as festividades com o reino da Terra e vice versa. Os dois reis fizeram pactos e juras de lealdades um ao outro até seus últimos suspiros de vida.
O rei da Terra, Alexandre, tomado de profundo ódio e raiva, foi, através de um vinho, por Úrsula, a grande bruxa do fundo do mar e braço direito do Tritão, envenenado, com objetivo de destruir a aliança feita dos dois povos e trazer discórdia.
Os dois reinos travaram uma batalha imperdoável. A festa tornou-se, num piscar de olhos, uma guerra terrível com muitos rancores ao ar. A aliança fora cortada.
Após a guerra, várias pessoas ficaram feridas dos dois lados, inclusive a amada, de Tritão, a rainha Arana, que não aguentou aos ferimentos e deixou as cinco filhas aos seus cuidados.
Muitos anos se passaram desde o conflito entre os dois povos. O reino Oceania estava tão quieto que mal podia ouvir um barulho sequer de rizada ou de música como de costume.
As cinco filhas do rei Tritão e da rainha Arana tonaram-se lindas moças, verdadeiras flores delicadas. Com exceção de Safira, as outras meninas seguiam as ordem do pai e de Úrsula que as orientava a não fazerem piadas, darem risadas ou cantarem à frente do pai. Safira, a mais nova das filhas, não seguia as regras, fazia travessuras quase todo tempo para desgosto de Úrsula e do rei Tritão. A princesa era cheia de curiosidades como sua mãe, de quem herdara a beleza do rosto. Amava ouvir cada som das notas musicais, embora soubesse que estava proibido no reino.
Na manhã seguinte, Safira saiu, na companhia do seu melhor amigo peixe Linguado, num barco, onde colocava pertences seus para levar para o Sabidão, a gaivota, que sempre dava significados aos objetos, de outra forma sem ser o original, em busca de objetos novos da superfície.
Ao sair do barco, Linguado falou:
– Safira, não devíamos estar aqui. Se seu pai descobrir, destruirá essas coisas. Pior ainda, se a bruxa entregar-nos, adeus música!
Por fim, depois de um tempo de silencio, Safira disse:
– Linguado, deixa de ser medroso! Temos que, ao menos, sabermos os significados desses objetos. Sabidão é o melhor perito dessa área!
– Melhor, uma ova! É, sim, um burro que não sabe de nada!
A voz ouvida, ao longe, era do Sebastião, o caranguejo, que cuidava de Safira, o braço esquerdo de Tritão. Ele não gostava da Úrsula, sabia que ela só queria aproveitar-se do rei.
Sebastião, tranquilo, falou:
– Menina, a senhorita está atrasada para o encontro com o seu pai e as suas irmãs!
– É! Eu tinha esquecido. Se não comparecesse, papai ficaria furioso.
Safira, saindo às pressas; logo o encontrou. Depois foi ao seu quarto, de onde saiu para fazer o seu costumeiro passeio. As irmãs dormiam serenamente.
A sereia, com Sebastião e Linguado, saiu à procura do barulho que tinha escutado. No local, encontrou o céu com cores vivas, que lhe transpassou magia e encantamento. Saltitante, foi atrás do barco, não dando ouvidos aos avisos de Sebastião.
Chegando ao barco, viu que lá estava o povo da Terra. Safira adorava ver as festividades, usando seus objeto estranhos.
Através de um buraco, Safira viu o príncipe Arthur e o seu fiel cachorro. Encantada e, bastante curiosa a respeito do príncipe, queria muito saber sobre ele. Arthur, desconfiado que tivesse alguém espiando no buraco, ficou confuso.
De repente, um estrondo. O barco afundava. Vários marinheiros pularam em botes, a fim de prestarem ajuda. O príncipe Arthur, que ainda estava no barco, viu-se sem saída, o fogo estava à sua volta.
O príncipe, ao ser atingido, no rosto, por uma tábua, caiu, no oceano, inconsciente.
A sereia foi à sua procura. Depois de resgatá-lo, levou-o a um lugar seguro. Safira, desesperada, temia que fosse tarde.
A sereia, após colocar o príncipe Arthur à beira da praia, com cuidado, examinou-o e, ciente que seu quadro era critico, começou a cantar. Aos poucos, suas feridas foram se curando.
O príncipe, vendo a sua salvadora, admirou-a com fascínio. A sereia e o príncipe começaram uma linda amizade que, com o tempo, transformou-se em um amor muito grande, sentimento que nunca tinham conhecido antes.
Úrsula já começava a suspeitar e logo descobriu a verdade por trás da sereia. Constatando que seu plano estava indo por água baixa, relatou tudo ao rei Tritão, gerando, mais uma vez, uma guerra. O reino do Oceano tinha capturado o príncipe Arthur.
Safira foi atrás do Príncipe, para pedir ajuda ao seus amigos, a fim de acabar com a guerra. Era preciso levá-lo ao povo da Terra.
Juntos, acabaram a guerra imediatamente. O reino da Terra tinha visto que o erro não começara pelo reino do Oceano, mas, sim, por eles. Arrependidos, pediram perdão ao Tritão e às sereias.
E, mais uma vez, os reinos se uniram, criando um forte laço. A paz foi colocada no seu devido lugar, sem guerras e sem disputas. Com a harmonia, aos seus lados, tudo voltou como era antes.
Úrsula, vendo o ocorrido, ficou extremamente raivosa, logo atacou a Princesa Safira, transformando-a num cristal. O rei Tritão mandou Úrsula ser exilada por seus guardas para que nunca mais visse a luz do dia.
Todos, à volta do Cristal, observavam-no tristes. A princesa ainda não tinha saído do cristal, Safira tinha mostrado a cada um o valor que sentia em relação à paz.
Tanto o reino do Oceano quanto o reino da Terra apertaram as mãos e desejaram à Princesa Sereia que voltasse à normalidade. Tal gesto fez seus corações brilharem, trazendo a Princesa Safira à sua forma humana. Nele, os dois reinos colocaram muita bondade e amor.
Safira assumiu o trono do rei Tritão, governou o reino da Oceania junto com o rei Arthur, reinando sobre o reino da Terra. Os dois trouxeram a harmonia a todos os cantos e viverem felizes para sempre.
Maria Fernanda da Silva Silva – 14 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 15/04/2021
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