Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos



A LANTERNA, O CANDELABRO E A VELA

No ano de 1899, uma Vela vivia feliz da vida por ser um objeto muito útil à vida de todos. Não existia um alguém que não a amasse. Todos a adoravam. Iluminação foi sempre algo essencial e, extremamente, importante para qualquer um.
A Vela, super alegre, disse:
– Nossa! Como adoro a minha vida! Eu gostaria de vivenciar esse sentimento de utilidade para sempre. É tão incrível!
No ano de 1899, um novo objeto estava sendo criado, um objeto capaz de substituir qualquer outro meio de iluminação existente no mundo até aquele momento.
David Misell foi o criador deste incrível objeto, a Lanterna.
A Vela ouvindo os humanos discutindo a respeito da nova invenção, foi contar ao amigo Candelabro sobre a preocupante notícia:
– Candelabro, você não vai acreditar no que tenho para te contar!
– Espera aí, Vela. Deixa-me adivinhar… É sobre a lanterna? Certo?
– Nossa, candelabro! Você já está sabendo?
– Sim, e os outros também.
– Uau! Isso se espalhou rápido mesmo.
– Pois é… Os outros estão tão preocupados quanto nós dois.
– Puxa vida… Será que vamos ser todos substituídos por essa tal de “Lanterna”?
– Acho bem provável, Vela… Vamos perder nossas utilidades!
– Não! Isso é péssimo! O que podemos fazer para evitar esta tragédia?
– Creio que não podemos fazer nada… Não somos como os humanos; logo, não tem muito que possamos fazer!
– Verdade, você tem razão… Que droga!
– Bom, na verdade, acho que existe algo que podemos fazer a respeito…
– Sério? O que é?
– Podemos tentar falar com uma das Lanternas quando elas chegarem às redondezas; ver o que são, exatamente, e perguntar se ainda temos chances de ser úteis a todos.
– Candelabro, ótima ideia! Você sempre foi muito esperto!
– Obrigado, Vela… Enfim, vamos voltar as nossas casas e esperar que, pelo menos, uma lanterna chegue à nossa região.
– Beleza. Até lá, Candelabro!
A Vela e o Candelabro despediram-se e voltaram as suas devidas moradias.
No dia seguinte, ouviram rumores que as lanternas, criadas por David Misell, estavam nas redondezas. Decidiram procurar uma delas para conversarem; precisaram de explicações. Os demais meios de iluminação, que moravam, na área, estavam fazendo o mesmo.
Enfim, uma lanterna. Objeto de certa forma esquisita para os dois. Tinham ciência que tal objeto podia acabar com a reputação deles; logo, estavam próximos de um perigo iminente.
A Vela, ao vê-la, iniciou a conversa:
– Olá! Com licença… Por acaso você é uma Lanterna?
– Opa! Olá, amigo! Sim, sou uma das famosas lanternas. É um prazer imenso conhecê-los. O que desejam?
– Também é um prazer imenso conhecê-lo. Gostaríamos de saber se você e seus parceiros são objetos que vieram para nos substituir ou algo do tipo.
– Se eu vim para substituir vocês? Ah, já entendi! Vocês estão com medo de perderem a utilidade. Certo?
O Candelabro deu continuidade à conversa:
– Sim, exato. Nós estávamos com mau pressentimento a respeito de vocês.
– Saquei… É bem compreensível da parte de vocês. Estamos deixando todos vocês com medo, não é?
– Sim, estão. Não é por mal! Estamos com medo, porque gostaríamos de continuar sendo úteis. O que vai acontecer conosco, afinal?
– O Candelabro está certo! Não queremos problemas… Queríamos falar com você para descobrir o que podemos fazer para impedir uma tragédia, isto é, se você está a fim de nos ajudar.
– Seguinte, Pessoal… Vocês estão se preocupando à toa! Nada irá acontecer com vocês.
Ambos perguntaram:
– O quê? Como assim?
– Galera, quem disse que, quando um novo objeto surge, os outros deixam de ser úteis? Cada um tem suas especialidades. Certo? Assim como existem coisas que eu posso fazer e vocês não podem; existem coisas que vocês podem fazer que eu não posso. A vida é assim. Quem ousaria jogar vocês fora ou deixá-los numa estante apenas para envelhecerem? Isso não é correto nem tão pouco justo!
Candelabro e Vela agradeceram as lindas palavras da Lanterna; no entanto, tinham ainda uma dúvida.
O Candelabro falou:
– Você disse que não perderemos a utilidade. Correto? Mas eu tenho dúvida… Como isso será possível? Vocês são superiores a nós em muitos aspectos. Como, no futuro, isso poderá realmente acontecer? Que aspectos temos que vocês não têm?
A vela disse:
– É verdade! Eu tenho a mesma dúvida.
A Lanterna falou:
– Vamos ver! Apesar de eu ser mais versátil, vocês não possuem bateria. É só as acenderem e pronto. Já estão preparadas para uso, enquanto eu, preciso de baterias, ou ser conectada a uma fonte de energia para continuar funcionando, além de vocês terem desenhos mais bonitos que o meu.
A vela disse:
– Obrigada pelos elogios. Isso significa que não seremos substituídos?
– Exato! Claro que não irão! Vocês ajudaram a humanidade por muito tempo. Seria injusto lhes deixarem de lado por causa de mim e de minhas parceiras!. Vamos, os três, juntos ajudar o povo!
O candelabro falou:
– Agradeço por tudo também. Obrigado pela força que você nos transpassaram. Estamos confiantes de novo.
– Fico feliz em ter ajudado! Também agradeço. Obrigada por terem se tornado meus amigos!
Os três cumprimentaram-se e, a partir desse momento, um dos trios mais fortes da era da humanidade foi formado, trio esse composto de diferentes tipos de iluminação, prontos para proteger a tudo e a todos com a luz mais significante do planeta, a luz da esperança.
Moral da história: Não desista de seus objetivos por nada; aceite-se da maneira que você é.
Lucca Griebler Reche – 15 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 02/04/2021
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