Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos



UNIÃO

Em uma pequena cidade, existia um grupo, no qual havia um Urso Polar, um Leopardo, uma Tigresa e um Leão. O técnico desse time era um sábio Morcego que lia muito bem seus adversários. Formavam um time de basquete imbatível e inteligente. O nome do time era 4 Patas,. Eram os melhores da cidade. Além dos inúmeros títulos ganhos, destacavam-se pelo trabalho em grupo.
Um certo dia, a imprensa arranjou uma partida contra um dos melhores times do mundo, uma seleção. Pareciam a Alemanha, sempre passando o trator nos adversários. O time contava com um Macaco, um Porco, um Coelho, um Urso Pardo e um Cavalo. Destacava pelo talento individual e pela qualidade, acumulavam títulos internacionais e, a maioria dos atletas iria para a seleção. Tudo graças ao técnico que era uma Pantera. O nome da equipe era Imbatíveis. Esse grupo era muito inteligente em campo; sempre jogava com um time ofensivo, sufocando o adversário em sua própria área.
A horário da partida chegou. O Morcego tentou motivar sua equipe para jogarem usando toda sua qualidade e força. Aquela partida não era para perder! O Urso Polar como líder, capitão e conquistador, usou de palavras fortes e sábias como motivação.
O jogo iniciou. As equipes começaram bem; no entanto, com superioridade maior, a equipe dos Imbatíveis. O primeiro período acabou: 13x13 no placar. Um empate merecido pelo bom jogo que as equipes fizeram. O destaque individual superava o destaque coletivo. No segundo período, a equipe dos 4 Patas voltou mal. O jogo era outro. O talento individual sufocava e destruía o coletivo. O segundo período acabou em 32x13 para a equipe dos Imbatíveis. A maioria dos pontos foram por tiros de 3 pontos.
A equipe dos 4 Patas estava desesperada e perplexa com a qualidade dos adversários. Tomaram um banho de bola. O Urso pediu à equipe mais talento individual. Deviam dar tudo de si.
O jogo recomeçou. Os 4 Patas voltaram piores do que estavam no final do segundo período. O chocolate vai aumentando. No final do terceiro período, o placar é outro: 64x23 para os Imbatíveis. O jogo estava ganho. A equipe dos 4 Patas, exausta, não aguentava.
No vestiário, o Morcego perguntou indignado:
– O que está acontecendo? Na primeira parte, jogamos muito; e, na terceira, parecemos o Brasil contra a Alemanha?1
O Urso, irritado e desmotivado, furioso, perguntou ao Morcego:
– Isso é um absurdo! Como ganhar de uma equipe perfeita como essa?
O Morcego tirou seus óculos e sentou em um banco, bem no meio de uma roda, que sua equipe fizera:
– Vocês sabem o que bate o talento individual? O talento coletivo. Perdemos a segunda parte porque eles estavam no desespero e nós os estávamos segurando. Poderíamos ter entrado mais focados na terceira etapa e ter tentado o empate, mas vocês foram para o desespero. Agora… entrem lá e joguem com o coletivo. Prendam-nos... Sufoquem-nos com talento coletivo e não individual!
A equipe dos 4 Patas tão logo voltou, roubou a bola três vezes e marcou três pontos nessas três vezes. O jogo ficou completamente diferente. Faziam jogadas com muitos passes e poucos dribles. Próximo do fim do jogo, os 4 Patas estavam empatando, até que a Tigresa passou ao Leopardo que, ao correr, levou um soco nas costas. Falta! Poderiam fazer um ponto e acabar com o jogo. Leão, na cobrança, e é cestaaaaaaaa! O time virou, heroicamente, no final, e o juiz terminou um jogo épico, em que o talento coletivo venceu o individual.
Rafael Cohen Valente da Silva – 15 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 19/03/2021
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