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 UMA DOCE E LINDA SEREIA... Certo dia, ao acordar, Victória sentiu-se leve e flutuante, uma sensação indescritível. Assim que se sentou na cama para calçar as pantufas, essas, inquietas, acomodaram-se em seus pés. Ao entrar no banheiro, mais uma surpresa. A escova de dente, toda serelepe, rodopiava em cima da pia, jogando creme para todos os lados. Victória, perplexa, parou e ficou atenta aos movimentos. O universo mágico tanto a fascinava quanto a assustava. A escova de cabelos pôs-se de pé e disse: – Venha, venha, bela menina. Não tenhas medo. Despreocupe-se. Só vou deixar teus longos cabelos charmosos e lindos. Mal acabara de falar e já deslizava ritmicamente na cabeça da menina. – Que loucura! Pare, pare. Preciso tomar banho. Estou atrasada para a minha aula de violão. Enquanto abria a torneira para encher a banheira, alguém falou: – Oba! Eu adoro música. A água que escorria era esverdeada tal qual a água do mar, e, com o cantarolar do sabonete, as bolhas se transformavam em graciosas ondas. Victória, com cuidado, entrou na banheira; sentou-se; recostou a cabeça e fechou os olhos. – Tudo era encantador. O que estaria acontecendo? Na banheira, bem pertinho, algo se movimentava. Victória abriu os olhos e viu alguns peixinhos coloridos, uma estrelinha do mar e dois golfinhos compartilhando o espaço com ela. Esses nadavam alegres e graciosos, fazendo do banho uma gostosa diversão. Em segundos, os outros objetos juntaram-se ao grupo, tornando o espaço super pequeno. As brincadeiras não causaram bagunça, apenas risos espontâneos e puros. No local havia algo mágico e sedutor. A toalha de banho que, de longe, não perdeu um só detalhe das brincadeiras, observando tudo, em silêncio e com uma pontinha de inveja, cheia de ternura e charme, disse: – É hora de sair do banho. Essa ao aproximar-se, foi tomada de espanto e surpresa. Victória havia se transformado numa doce e linda sereia. Imagem – Créditos: Cassius José Winck Medina (Ilustrador) Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 06/02/2021
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Tela de Claude Monet