APELO Partindo dos primórdios das civilizações, sob um olhar cauteloso, Observamos a imensidão de muros erguidos. No cortiço mais humilde ou no palácio suntuoso, Homens gozavam de seus direitos concedidos À sombra destes mesmos, estávamos nós. Uma vez que às mãos deles eram entregues canetas, Mãos femininas resumiam-se a costura de cós Para logo ocuparem-se de fraldas e chupetas. O caminho a ser traçado não seria fácil, isso nos era sabido, No entanto, já não poderíamos relutar em lutar. Tantas, e tão poucas reivindicando o invivido O medo já não era capaz de nos amedrontar. Foram muitas as portas que se encontravam cerradas Incontáveis as tentativas de fazer-nos desistir Nada bastou para que permanecêssemos caladas A sede por direitos não permitia regredir Lapidamos, pouco a pouco, o sólido patriarcado Nas faculdades e câmaras conquistamos lugar Ainda era apenas a costa de onde havíamos desembarcado Densa era mata que logo iríamos adentrar Enfim, hoje, aqui juntas permanecemos, Sem saber ao certo o desfecho desta história. Inúmeras guerreiras, seus esforços agradecemos, Guardadas com louvor em nossa memória. União sempre foi palavra chave para grandes feitos Agora, não poderia ser diferente. Lado a lado, seguiremos reivindicando direitos Determinação será, por fim, o elo desta enorme corrente. Antes que me prolongue desmedido, Deixo o seguinte apelo Em cada inicial destes versos, escondido. Júlia Silva Luiz – 16 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 22/10/2020
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