ENGENHO DE CANA-DE AÇÚCAR, CEDRO ROSA E CERCA DE ARAME FARPADO. – Boa tarde! Falou o Engenho de Cana de Açúcar ao Cedro Rosa e à Cerca de Arame Farpado. – Boa tarde! - responderam os amigos. – Olhem quem está se aproximando da escada que está apoiada na minha parede. A avó deve estar fazendo a sua sesta. Esta garotinha é travessa! Receio que pretenda vir ao meu telhado. O Cedro Rosa, sério, comentou: – Eu já havia dito à Cerca de Arame Farpado que esta menininha, em breve, imitaria a façanha dos meninos. O Engenho de Cana de Açúcar complementou: – Seus olhinhos brilham quando observa a brincadeira dos primos. A Cerca de Arame Farpado que, até então, apenas os ouvia falou: – Temo que ela ao pular do Engenho ao Cedro não o alcance ou escorregue. – Como assim? – perguntaram os amigos. – Os meninos saltam de pés descalços e ela está sempre de sapatinhos de verniz e vestidinho de babados. É arriscado e perigoso! – Se o avô tivesse percebido as intenções da pequena, certamente teria colocado alguma proteção em mim. Amigos, a pequena está aqui. Ao cair, ficou presa, pelos babados, em meu arame. Creio que está machucada, pois há sangue escorrendo de sua perna esquerda. – disse, com ar de quem estava preocupada, a Cerca de Arame Farpado. A seguir, o Engenho comentou: – O avô, ao ver telhas, ao chão, aproximou-se e, com carinho, soltou-a da Cerca e a levou ao hospital. Mais tarde, enquanto os avós tomavam chimarrão à sombra do Cedro Rosa, tomamos ciência de que a menininha tinha levado doze pontos, mas estava feliz, tinha voado tal qual aos primos. Sonho realizado; travessura com sabor de guloseimas. Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 03/10/2020
Alterado em 03/10/2020 Copyright © 2020. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |