À MINHA PORTA Ele bateu, eu abri. O início excitante me despertou E como as flores primaveris O amor floresceu em nós. Tudo era novo, bom e mágico. O céu azul tomado pelo canto dos pássaros; Os dias de chuva pareciam nunca chegar E, num instante, a tempestade. O azul se tornou cinza; O canto cessou E as primeiras gotas pousaram Sobre nossas cabeças. Eram frias, pequenas E, ao mesmo tempo, fortes o suficiente Para nos encharcar. Entretanto, a primavera havia nos encantado E o desejo de vê-la, novamente, Fez-nos aguardar. Escondidos, em uma cabana escura, Esperamos impacientes. Foram meses na penumbra, raios e trovões, Até que, em uma manhã, Decidi não mais me omitir. As paredes já eram pequenas de mais Quando comparadas à imensidão Dos meus sonhos. Saí na chuva, enchi os pulmões e gritei; gritei para o mundo ouvir e, naquele momento, libertei-me. Desde então, vivo ao meu lado, Em uma casa longe dali. Ontem, você bateu, e eu fugi. Júlia Silva Luiz – 16 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 07/06/2020
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