CHUVA Não era dia de tempestade: tinha sol e milk-shake. E eu olhando pra outra pessoa. Mas acabei te cruzando. Não era dia de tempestade, mas a tua música relampejou nos meus ouvidos. Rádio. Frequência correta. Não era dia de tempestade, mas tu choveste sobre mim. Sabe aquela chuva fininha, a que molha mais que tudo? Eras tu. Chuva. Tocando cada poro da minha pele. Não era dia de tempestade, mas eu me molhei. Encharcada e nenhum barco me tiraria da tua enchente. Tua corrente me atravessava, dançava e me afogava. Não era dia de tempestade: tu me trouxeste sol, mesmo sendo chuva. Um arco-íris. Arco-íris que carrega e se enverga e se continua... se continua até o ouro. Era dia de tempestade e tu sendo chuva não podes me proteger. Era dia de tempestade e ele era guarda-chuva. Era dia de tempestade e eu te perdi, perdi-me de ti, justo quando não era tua chuva que chovia. E eu não queria mais me molhar. Marina Solé Pagot – 18 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 29/04/2020
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