Ilda Maria Costa Brasil, Celeiro da Alma

"Sonhar é acordar-se para dentro." Mario Quintana

Textos



O AMANHÃ

Estava eu, em um domingo “comum”, olhando pela janela do meu quarto, quando vi uma borboleta. Engana-se quem pensa que era uma simples borboleta, não era! Ela era pequena, com tons pastéis, parecia perdida em meio a tantas “torres” de apartamentos; talvez, por curiosidade, pousou na tela da minha janela. Eu a observava, lentamente, como se fosse um abraço à minha mãe, aquele que dou e demora a passar. Queria curtir cada segundo. Com suavidade, adentrou o meu quarto e, com delicadeza, pousou em cima da foto do meu “nono”. Seria algum sinal? Ou simplesmente algo comum? Fiquei vendo-a e sentindo as emoções que afloraram com as lembranças do meu “nono”.
Literalmente, voltei ao tempo. Lembro-me de que, na minha infância, meu “nono” levava eu e meus irmãos a passear e, em um desses momentos, por sinal, vimos uma borboleta branca, que me chamou a atenção. Logo, perguntei a ele:
– Por que ela não é colorida?
Ele me falou com um olhar manso:
– Somos todos diferentes, existem várias cores e espécies de borboletas, muitas não veremos. Lembra-te, “nenê”, forma afetuosa com a qual ele me chamava, amanhã, tu poderás encontrar uma, totalmente diferente, que te chamarás à atenção. Esta será como as pessoas que irão passar pela tua vida e, assim, irás lembrar-te dela como uma experiência ímpar a te fortalecer na tua caminhada.
Marisa Longo – 26 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 21/04/2020
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