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 MARES E RIOS Entre tantos mares e rios, decidi ser nascente, ser diferente. As diferenças formaram uma personalidade distinta, nem sei quantos caminhos ela tem, só sei que é inteiramente minha, são caminhos ainda fechados, mas os abertos já formam parte de mim.
Decidi me entregar, com enorme receio nesse abismo que chamamos de vida, foi necessário arriscar para poder crescer, foi necessário esse choque, e foi por meio dele que criei caminhos e raízes, fui descobrindo espécies e gostos, aprendi a gostar da chuva, a lidar com o perigo e ajudar inimigos. Fiz aliados, os protegia e eles me deixavam passar, mas me despedi de pessoas queridas, foram muitas partidas que me fizeram fechada. Tantas vezes causei mal, mas já ajudei também. E, um dia, a nascente virou rio, ficou igual aos outros, sentiu-se estranha, ficou perdida, só achou ódio e dor, logo ela cheia de amor e fé, mas passei por isso e achei o oceano, achei um plano, um porto, e foi ali que me fiz água, que fui, entre todas as dores, achei outra nascente que virou rio, e ali, no mesmo oceano, tornamo-nos um, e nunca mais me senti só. Caroline Corrêa Krauzer – 16 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 11/04/2020
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Tela de Claude Monet