À ESPERA DE UM MILAGRE Quando os pais, Giselda e Fabrício, receberam o delegado, encheram-se de esperanças. – Ah! Encontraram as crianças. Os filhos andavam alvorotados naqueles dias. Enquanto o casal Trazom e os empregados assistiam a Fórmula 1, os filhos brincavam no jardim. Os vizinhos, ao vê-los, preocuparam-se. Ouviram na televisão que um grupo havia explodido duas agências bancárias na proximidade. Seu Israel decidiu fazer uma visita aos amigos e contar-lhes o que ouvira. Giselda e Fabrício chamaram os filhos e os alertaram sobre o problema. Assim que os empregados se retiram, família fechou-se na casa. No dia seguinte, depois que os progenitores foram ao trabalho, Érica, Tales, Sarah e Kiara decidiram fazer uma vistoria. Ao aproximarem-se do celeiro, escutaram gemidos que de repente silenciaram, deixando-os preocupados. Recorreram aos vizinhos, batendo de porta em porta. Recusaram-se a ajudá-los; nem sequer ouviram-nos. Disseram ser fantasias infantis. Tales trocou ideias com as irmãs e definiu que ele comandaria a investigação. Para o quarteto, uma aventura. Érica formaria dupla com Tales e Sarah com Kiara. Uma procuraria pistas no estábulo; a outra, no celeiro. Ao retornarem, os pais estranharam o comportamento dos filhos. Sussurravam pelos cantos. Kiara e Sarah, ao descerem as escadas do celeiro, ouviram gemidos e desaceleram os passos. Ao abrirem a porta, viram homens dormindo em cima de tábuas. Recuaram assustadas. No estábulo, Tales e Érica nada encontraram. Sarah, ao ver Tales na porta do estábulo, fez-lhe um sinal. Ele observava algo no meio da plantação. O menino, acreditando ter visto um fantasma, correu até às irmãs, tropeçando no livro “A menina que roubava livros”, de Markus Suzak, que Kiara precisava ler para um trabalho escolar. – Menina que rouba livros... Homens que roubam bancos. Quanta loucura! Tinha de tomar uma atitude. Tales e Érica, ao deixarem o lugar, encontram os pais, que os levaram aos seus aposentos. Tales relatou-lhes o que viu; porém, nenhum deles, deu-lhe ouvidos. “Cárceres” em seus quartos. Para matar o tempo, brincavam de telefones. Após o café da manhã, Kiara contou aos irmãos o que tinham visto no celeiro. Concentrados, nas investigações, saíram em busca de resultados. Ao entrarem no celeiro, foram pegos pelos assaltantes e transformados em reféns. Giselda e Fabrício receberam uma ligação de Kiara, dizendo que estavam em posse dos ladrões dos bancos e que eles queriam falar com o pai. – Alô! – Estamos com os teus filhos. Se quiser vê-los vivos; rápido, agiliza dois carros. Nenhuma palavra à polícia. Ligaremos à meia-noite. – Alô!... Alô!... Fabrício, num primeiro momento, ficou sem ação. Ao conversar com a esposa, decidiram fazer contato com a polícia e pedir ajuda. Suplicaram discrição. O delegado aconselhou atender a solicitação e informou que deslocaria uma guarnição ao local combinado. À meia-noite, voltaram a ligar e disseram para deixar os carros na saída do sítio. – Giselda, tu não vais acreditar. As crianças estavam bem próximas e não desconfiamos de nada. – Como assim? – Mandaram... Querida, lembrei-me de que o Tales tentou alertar-nos que vira alguém no trigal e não lhe demos créditos. – Meu Deus! – Liga para o delegado. A que horas ficaste de levar os carros? – Às 3 horas. Fabrício, minutos antes do horário combinado, levou os carros ao lugar acordado. Ao retornar à residência, apagaram as luzes. Ouvindo ruídos, aproximaram-se da janela e viram pessoas passando. Giselda gritou: – As crianças! O marido a segurou pelo braço. – Quieta! Eles não estão sós. Ao escutarem o barulho dos motores, acenderam as luzes e correram ao encontro dos filhos. Decepção. No portão, uma policial disse-lhes que os assaltantes não haviam cumprido o acordo. Mantinham as crianças como reféns. O casal desesperou-se. No amanhecer, o delegado fez novo contato: – Seu Fabrício, temos pistas. Acreditamos que, em poucas horas, resgataremos os pequeninos. Tranquilizem-se. Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 07/08/2016
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