A LOCOMOTIVA Em 1960, na época em que operava a linha de trem Porto Alegre-Uruguaiana. Numa tarde de domingo do mês de agosto, um grupo de jovens foram à estação ferroviária da cidade ver o trem passar. Certo dia, enquanto observava a locomotiva, um rapaz debruçou-se à janela e arremessou uma flor a uma das meninas do grupo. Essa, sorrindo, levou a mão direita aos lábios e jogou-lhe um beijo. A algazarra foi geral. A seguir, dirigiram-se ao clube onde seria realizada uma reunião dançante. Duas semanas depois, a turma voltou à estação. Mal o trem parou; um rapaz pulou na plataforma e correu na direção de Mari. Após a beijar, entregou-lhe um presente e retornou ao vagão. Ela, trêmula, abriu o pacote: um belíssimo porta-joias no formato de dois corações. Ao levantar a tampa, a grande surpresa: um par de alianças e um cartãozinho pedindo-lhe em noivado. Mari, emocionada, começou a chorar. O grupo a abraçou e, juntos, foram à casa da garota. Chegando, relataram o fato aos pais da amiga, os quais disseram: – Deve ser louco! Mal a conhece. Durante os festejos do sete de setembro, foram surpreendidos com a presença do moço do trem. Esse trazia, nas mãos, um buquê de rosas vermelhas, o qual entregou à Mari. Apresentou-se e falou; – Senhorita, quero casar-me contigo. Foi amor à primeira vista. Sinto que também tens uma atração por mim. Estou enganado? – Não, Igor. Sempre que o vejo, meu coração bate mais rápido. Terminado o desfile, num delicioso almoço, oficializaram o noivado; e, seis meses depois, na Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, o casamento foi realizado. Da união, três filhos. O menino seguiu a profissão do pai: oficial do exército; a menina mais moça, a da mãe: professora; e, a mais velha optou pelo universo das artes. Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 04/07/2016
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