REALIDADE COMOVENTE E CRUEL! No centro de Porto Alegre, é comum vermos nas esquinas crianças e mulheres indígenas sentadas nas calçadas. Esse cenário emociona-me e muito entristece. Sobrevivem com a venda de poucos artesanatos que vendem e com moedas dadas por algumas pessoas que passam pelo local. Nos rostos das mães, nenhuma emoção; no das crianças, um apelo pela vida. Todavia, no ventre da maioria das mulheres, mais uma criança a ser criada nas ruas; quadro doloroso e deprimente!
Onde vivem? O que o governo está fazendo por essas pessoas? Serão elas beneficiadas pelo Projeto das Casas Populares? Faça sol, faça chuva lá estão elas nas calçadas; realidade comovente e cruel. Chama-me atenção a não presença de homens no cenário. Por onde andarão enquanto seus filhos e esposas enfrentam a fome e os perigos da vida? Em que momento da História de nosso País erros foram cometidos para que, hoje, descendentes de seus primeiros habitantes, vivam tão precariamente e à margem da sociedade. Ao vê-los, lembro passagens da carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel: “[...] A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura... e nisso têm tanta inocência. [...] Todos tão dispostos, tão bem-feitos e galantes com suas tinturas, que pareciam bem. [...] Além do rio, andavam muitos deles dançando e folgando, uns diante dos outros, sem se tomarem pelas mãos. E faziam-no bem”. Virão eles, um dia, a viverem dignamente? Quando? Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 02/04/2013
Alterado em 09/01/2014 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |