DECEPÇÕES E DORES... Marta acordou melancólica; sentia-se amargurada e triste. Há muito estava a evitar bate-papos porque havia sofrido inúmeras decepções nos últimos anos. Por isso, não via razão para abrir-se com os outros. Seus dias se transformaram numa rotina entediante. Seus pensamentos, emoções e sentimentos eram nebulosos, calejados e repletos de medos e de ansiedades.
Minha personagem costumava comparar sua alma aos dias ventosos, frios e chuvosos. Sua presença deixava-me enfraquecida, tamanha era a sua negatividade. Todos os dias... todas as horas... só pensava, pensava; mas nada de agir e de romper com aquele universo pequeno e obscuro. Nada a alegrava. Certo dia, ao visitá-la, percebi que estava bastante envelhecida e pálida. Naquela tarde, só eu falei; ela parecia distante – um exaustivo, autêntico e verdadeiro monólogo. Ao despedir-me, uma certeza, não mais a veria; mas, mesmo assim, retirei da bolsa o livro “Nunca desista de seus sonhos, de Augusto Cury” e o entreguei. Sorriu-me e me abraçou fortemente. Um mês depois, retornei ao local, a casa estava a venda e os vizinhos não souberam informar o que havia ocorrido. Hoje, seis meses depois, recebo pelo correio, como encomenda simples, o livro. No pacote, nenhuma palavra. Ilda Maria Costa Brasil
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 28/05/2010
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